289 moçambicanos mortos e 300 detidos por caça furtiva em ÁfricaMore than half of those arrested for hunting of rhinos in 2012 are Mozambicans. From 2008 to February 11, 2013, 289 were killed and 300 Mozambicans arrested for hunting of rhinos in South African parks.
The data in our possession are clear : 589 Mozambican citizens fell into the hands of South African authorities - killed and arrested - as a result of poaching of rhinos. Of this number, 279 were killed and the remaining 300 were arrested during the period 2008 until 11 February 2013.
Mais de metade dos detidos por caça de rinocerontes em 2012 são moçambicanos. De 2008 a 11 de Fevereiro de 2013, foram mortos 289 moçambicanos e 300 detidos por caça de rinocerontes nos parques sul-africanos.
Os dados em nosso poder são claros: 589 cidadãos moçambicanos caíram nas mãos das autoridades sul-africanas – entre mortos e detidos – em consequência de caça furtiva de rinocerontes. Deste número, 279 foram mortos e os restantes 300 foram detidos no período de 2008 até 11 de Fevereiro de 2013.
Analisando os dados, verifica-se que há cada vez mais moçambicanos que se dedicam à caça de rinocerontes nos parques sul-africanos, nomeadamente Kruger Park, Mpumalanga, Limpopo, entre outros. O crescimento de caçadores furtivos acaba reflectindo-se também no crescimento do número de mortos e detidos e do número de rinocerontes mortos para a posterior extracção de corno, para a venda no mercado. Os vietnamitas e chineses são os maiores compradores do produto para efeito medicinal.
Só no ano passado, mais de metade dos caçadores furtivos detidos na África do Sul eram moçambicanos. isto é, de um total de 246 caçadores neutralizados, 132 eram de nacionalidade moçambicana. Em 2010, o número de moçambicanos detidos era muito superior comparativamente aos dois últimos anos. Só para elucidar, em 2010 foram detidos apenas 35 moçambicanos, de um total de 165 neutralizados nos parques sul-africanos. Este número viria a registar um substancial crescimento em 2011, tendo atingido 101 detidos, de um número global de 232 furtivos detidos.
O nosso jornal sabe que igualmente foram recuperadas 14 armas de fogo, oito de tipo Mauser 458 e 375, e seis AKM nos últimos três anos, a maioria das quais eram retidas do Comando Distrital de Massingir (ver edição do jornal O País de 8 de Agosto de 2012).
Por outro lado, o número de rinocerontes que são abatidos anualmente tem vindo a crescer. A título de exemplo, em 2007 foram apenas mortos 13 animais. No ano seguinte, o número viria a atingir 83 e em 2009 teriam sido abatidos 122 rinocerontes. Este número foi crescendo a cada ano que passa. Em 2010, o número de rinocerontes abatidos pelos caçadores furtivos subiu para 333 rinocerontes e em 2011 foram 448 rinocerontes mortos por caçadores furtivos. No ano passado, foram 588 rinocerontes. Feitas as contas, de 2007 a esta parte foram caçados pouco mais de 1 587 rinocerontes.
Dos 588 rinocerontes abatidos em 2012, 362 foram no Kruger Park, 52 na Província de Limpopo, 75 em North West, e 59 em KwaZulu-Natal. 27 rinocerontes foram mortos em Mpumalanga, província vizinha de Moçambique, e os restantes noutros parques.
Custo e utilidade dos cornos
A caça furtiva de rinoceronte era uma actividade quase desconhecida pelos moçambicanos. Mas a procura de cornos pelos chineses, vietnamitas e iemenitas mediante ofertas aliciantes criou condições para que crescesse a caça aos mesmos. Os valores envolvidos variam. Em Moçambique, um corno chega a custar mais de dois milhões de meticais (mais de 75 mil dólares americanos). Ao nível da África do Sul, 1 kg de corno custa 500 mil randes, cerca de 1.750.000 MT.
Um documentário contundente, produzido por uma equipa liderada por Dan Rather, jornalista da televisão americana de HDNet e exibido nos Estados Unidos e no Canadá, no ano passado, revelava a extensão do comércio do corno de rinoceronte no Vietname e como ela está alimentar uma crise de caça ilegal de rinoceronte na África Austral.